Dezesseis detentos foram transferidos na noite da quinta-feira (14) do Presídio Flósculo da Nóbrega, o presídio do Roger, em João Pessoa. Segundo o secretário da Administração Penitenciária da Paraíba, Wallber Virgolino, após serem levados para a delegacia para serem autuados pelo tumulto que causaram na unidade prisional na tarde da quinta-feira, ameaçando os agentes penitenciários com faca, os detentos, na volta ao presídio, foram rejeitados pelos demais, que reclaramaram contra a volta deles.
Detentos do Roger foram levados para a Central de
Polícia após tentar matar agentes penitenciários
(Foto: Walter Paparazzo/G1)
O objetivo da transferência, ainda de acordo com Virgolino, foi dar proteção aos detentos. Os apenados foram transferidos para a Penitenciária Romeu Gonçalves de Abrantes, o PB1, e o Sílvio Porto, a Máxima de Mangabeira, ambos em João Pessoa. Os demais foram levados para a unidade prisional de Santa Rita, Região Metropolitana de João Pessoa.
De acordo com a assessoria da Seap, o princípio de rebelião na tarde da quinta-feira (14) foi rapidamente controlado e teve como motivo a realização de mais uma operação pente-fino nos pavilhões 5 e 6. Várias facas, com símbolos de facções criminosas marcadas nos cabos, foram encontradas pelos agentes.
A Polícia Militar foi chamada até o presídio, mas não chegou a entrar nas instalações da unidade prisional.
Crime Organizado
Um esquema de produção e tráfico de drogas envolvendo presos de dois presídios de João Pessoa foi descoberto em uma investigação que fechou um laboratório de cocaína no bairro São José, em João Pessoa. A Delegacia de Repressão a Entorpecentes de João Pessoa (DRE) descobriu a ligação entre presos do Complexo Penitenciário Romeu Abrantes, o PB1, e da Penitenciária Modelo Flósculo da Nóbrega, o Roger.
A polícia descobriu que os chefes da quadrilha estão detidos no PB1, onde há grandes dificuldades de comunicação com quem está fora do presídio. Por isso, eles passavam instruções para presos do Roger, que, por conta da precariedade, tem grande facilidade de comunicação com exterior através de celulares. Assim, esses detentos agiam como gerentes de pontos de venda e de produção de drogas fora do sistema prisional, além de ordenar assassinatos.