Um perfil da rede social Facebook foi a principal pista usada pela família do comerciante Tiago Almeida Gomes, 27 anos, - assassinado em Morada de Betânia, Viana - para localizar um dos suspeitos do crime: Romário Rosa Siqueira, 24 anos. Ele estava na cidade de Cacoal, Rondônia, e foi detido na terça-feira pela polícia local. Parentes da vítima foram à cidade e indicaram onde encontrar o acusado.
Foto: Marcos Fernandez
A irmã de Tiago Almeida Gomes mostra perfil na internet
Tiago foi morto com dois tiros, dentro do carro dele, e depois jogado em um lixão, em fevereiro de 2011.
Na época, o autônomo Romário Siqueira e o agente penitenciário Wallace Silva de Souza, 33, foram presos suspeitos do crime. Ambos eram amigos da vítima e teriam matado Tiago por inveja dele. A polícia disse que o crime foi premeditado.
Após 30 dias detido, Romário foi solto e saiu do Espírito Santo. Cinco meses depois, os parentes da vítima souberam da soltura. “Ficamos indignados. A Justiça tinha que ser feita, por isso fomos atrás”, desabafa a irmã de Tiago, a empresária Luciana Gomes, 36 anos.
A Justiça expediu um mando de prisão contra Romário novamente. A partir daí, bastava a polícia encontrá-lo para que fosse preso.
Família investiga
Durante dois anos, a família de Tiago fez buscas pela internet por Romário.
Na noite do último sábado, Luciana conseguiu encontrar uma prima de Romário na internet e localizou o perfil que seria do suspeito. Na página, Romário dizia morar em Florianópolis, mas todos os amigos e recados eram de Cacoal, em Rondônia. Era a dica que a família precisava para localizar o suspeito.
O cunhado de Tiago, o empresário Robson Lage, foi para a cidade de Porto Velho, Rondônia, e dirigiu por cerca de sete horas até a cidade de Cocal. Na cidade, ele procurou a empresa de publicidade de Romário e se passou por cliente. Com endereço correto, Robson foi à polícia e pediu ajuda. Um policial à paisana foi à empresa, também se passando por cliente e se encontrou com Romário, para a compra de um equipamento.
O policial deu voz de prisão ao suspeito após se identificar, como policial.
“Tinha certeza de que iria encontrá-lo”
Depois de noites mal dormidas e de vencer uma depressão, a empresária Luciana Gomes, 36, irmã de Tiago, garante que prisão do suspeito traz paz a família.
Como era a amizade de Tiago e Romário?
O Tiago e esses dois suspeitos jogavam videogame na casa do meu irmão, em Campo Grande.
Como começou a busca pelo Romário?
Eu já havia pesquisado várias vezes o nome do Romário na internet, nunca apareceu nada. Olhando conversas no computador do meu irmão, entre ele e Romário, descobrimos um primo do Romário na internet.
E como foi a descoberto do paradeiro dele?
No sábado, me passou um filme na cabeça. Lembrei do Tiago quando criança e de tudo que passamos. Éramos só eu, ele, meu marido, minha filha e um primo, nossa família. Depois de tantas buscas, o encontrei com vários contatos em Cacoal.
E decidiram ir atrás?
Enquanto meu marido foi para Rondônia, eu fui para à delegacia em Vila Velha para saber se o mandado de prisão do Romário estava valendo. Foi onde o policial disse que era só eu apontar para ele, que poderia ser preso.
Seu marido viajou na incerteza, em busca de um bandido...
Tinha certeza de encontrá-lo, quando Deus permitisse. E Ele deu a hora certa.