Pela primeira vez um deputado de Rondônia quase foi eleito presidente do órgão responsável por julgar os parlamentares em vaga que caberia ao PDT
O deputado federal Marcos Rogério (PDT-RO) lamentou a quebra de acordo entre as lideranças partidárias da Câmara dos Deputados para a presidência do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que elegeu ontem o deputado Ricardo Izar (PSD/SP).
O deputado paulista foi eleito por 11 votos contra 10 dados ao deputado Marcos Rogério. Segundo Marcos, havia um acordo entre alguns partidos para que a presidência do Conselho de Ética ficasse com o PDT. O deputado Ricardo Izar apresentou candidatura avulsa, sem o apoio do próprio partido, o PSD.
O novo presidente do Conselho afirmou que não contou com o apoio oficial de seu partido porque teria havido ameaça de represálias ao PSD, que pleiteia a criação de cargos para compor sua estrutura.
Marcos Rogério, por sua vez, disse que estava concorrendo para ocupar um espaço que teria sido designado ao PDT, mas considerou a disputa concorrida e positiva para seu mandato. "Fui indicado pela liderança do partido, o que representa o reconhecimento de nosso trabalho nas comissões e no plenário, e só lamento que tenha ocorrido essa quebra de acordo, mas agradeço aos colegas que foram fiéis e honraram o compromisso com o PDT, afinal a diferença foi de apenas um voto", analisou Marcos Rogério.
Precedente desleal
O líder do PDT, deputado André Figueiredo (CE) afirmou que a quebra de acordo entre as lideranças partidárias representa um precedente perigoso e desleal. "Existe um acordo dentro dessa Casa do respeito às definições intrapartidárias. Acordos existem. Não são acordos feitos por debaixo do pano. O que me preocupa seriamente são os acordos feitos por debaixo do pano que, infelizmente, norteiam as ações de alguns deputados dessa Casa”, afirmou Figueiredo.