Menos de R$ 1 por brasileiro. É essa a economia, de acordo com a estimativa do Operador Nacional do Sistema (ONS), gerada durante o último período de vigência do Horário de Verão. No entanto, de acordo com o mestre em energia solar, Alexandre Heringer Lisboa, “não há maneiras de comprovar essa economia de energia”. A afirmação foi feita em novembro, durante audiência pública que debateu o pelo projeto de lei 397/2007, de autoria do deputado federal Valdir Colatto, que propõe o fim do horário de verão.
Para Lisboa, os dados do Operador Nacional do Sistema (ONS), é possível observar que durante o verão, a demanda máxima de energia ocorre no início e meio da tarde, e não no final, para justificar o aproveitamento da luz natural. Ele acrescentou ainda, como sugestão, que o governo invista num programa de aquecimento solar, como alternativa para a adoção do horário de verão.
O deputado Colatto, autor da proposta, afirma que não há estatística que justifique que o horário de verão traga ganhos para os consumidores e para o país. As alterações de horário ocasionam distúrbios orgânicos – ocorrência de fadiga, dores de cabeça, confusão de raciocínio, irritabilidade, constipação e queda da imunidade.
Estudos norte-americanos que atestam o aumento de 25% no número de ataques cardíacos na segunda-feira após início do horário de verão. Já no final deste horário foi verificada a queda no número de infartos em 21%. Para além disso, existem estudos que comprovam o aumento do número de suicídios, em decorrência de depressão causada por distúrbios do sono; aumento nos acidentes nas estradas, atribuído à sonolência diurna; diminui o rendimento escolar de crianças e jovens; e as consequências de erros profissionais que podem acabar em morte.
Tendo em vista esses dados, Colatto reafirma sua preocupação com a aplicação do horário especial. “Se a saúde das pessoas não é importante, o que é? Dizem que economizamos energia, mas de que vale essa economia se estamos perdendo vidas?”, questionou o deputado catarinense.
Colatto defende que o horário de verão seja extinto, visando a melhoria na qualidade de vida da população. O projeto tramita em caráter conclusivo (não precisa ser votado pelo Plenário) e será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Minas e Energia; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.