O Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes realizou em novembro, o quarto transplante de pulmão de 2012, igualando o número de cirurgias do ano passado, mas com possibilidade de superar essa marca, já que falta pouco mais de um mês para o fim do ano e há três pacientes na fila de espera aguardando doação. A diferença em relação a 2011 é que este ano três transplantes foram bilaterais, procedimento iniciado 2012 no Estado. Esse tipo de transplante permite maior sobrevida ao paciente. A cirurgia de transplante pulmonar bilateral é mais demorada e envolve maiores riscos. Por isso é indicada para pacientes de até 55 anos e em casos de doenças específicas que afetam os dois pulmões.
A equipe do Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, coordenada pelo cirurgião torácico Antero Gomes Neto, fez o primeiro transplante de pulmão do Norte e Nordeste no dia 14 de junho de 2011. A captação do do órgão para transplante é um processo complexo. O pulmão é o primeiro órgão a se deteriorar no processo de morte encefálica. Nessa condição, geralmente o potencial doador necessita de suporte respiratório que, muitas vezes, compromete a qualidade do órgão. Além disso, boa parte dos doadores com morte cerebral por acidente tem os pulmões comprometidos por trauma torácico, o que inviabiliza a doação. O pulmão é também um órgão sujeito à contaminação direta pelo ar, tanto no caso do doador quanto no do receptor. Todos esses fatores inviabilizam a captação de cerca de 80% dos pulmões doados.
O Hospital de Messejana é uma unidade terciária especializada no diagnóstico e tratamento de doenças cardíacas e pulmonares, dispondo de todos os procedimentos de alta complexidade nestas áreas e destacando-se no transplante cardíaco e pulmonar. O hospital, que pertence a Secretaria da Saúde do Estado, atende pacientes dos 184 municípios do Ceará e das regiões Norte e Nordeste do país.
Transplantes
Este ano, até a última quinta-feira (22) de novembro, o Ceará já superou os números do ano passado em transplantes de coração e medula óssea. Foram realizados 1.107 transplantes, sendo 249 de rim, 9 de rim/pâncreas, 28 de coração, 148 de fígado, 4 de pulmão, 20 de medula óssea, 15 de valva cardíaca, 619 de córnea 1 de pâncreas isolado, 2 de pâncreas pós-rim e 11 de esclera. Já são mais transplantes que os realizados anualmente até 2010. Desde 2007, o Ceará bate recordes sucessivos de transplantes. Naquele ano, foram realizadas 654 cirurgias, contra as 446 do ano anterior. Em 2008, novo recorde, com 742 transplantes realizados. Em 2009, foram 760 transplantes, e em 2010, o total ficou em 872. Em 2011, a marca dos mil procedimentos foi ultrapassada com a realização de 1.297 transplantes.
Com 140 doadores efetivos de órgãos e tecidos para transplantes até setembro, o Ceará confirmou a posição assumida no primeiro semestre do ano de segundo estado com maior número proporcional de doadores efetivos do país. Por milhão da população (pmp), o Ceará teve 22,1 doadores efetivos, atrás apenas de Santa Catarina, com 25,6 doadores efetivos por milhão da população, 120 doadores em número absoluto. Depois do Ceará aparecem o Distrito Federal, com 20,8 doadores efetivos pmp, São Paulo (19,1) e Rio Grande do Sul (17). Os números são do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), divulgado esta semana pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos e Tecidos (ABTO).
Fonte: Assessoria de Comunicação da Sesa
Selma Oliveira / Marcus Sá ( [email protected]