Com a chegada das chuvas, as moscas ressurgem e, com elas, as doenças sazonais - surto de diarreia, vômito, febre, dor de cabeça, dores musculares - que tem acometido um número crescente de moradores no Interior e na Capital. As emergências dos hospitais, de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e os postos de saúde diariamente estão lotadas de pacientes com queixas semelhantes.
O médico infectologista Ivo Castelo Branco Coelho lembra que o surto começou antes do Carnaval. "Todos os anos, nessa época, o problema se repete. Com as chuvas, os poços transbordam, o nível do lençol freático sobe e há a proliferação de moscas, que pousam no ambiente contaminado, disseminando o agente etiológico", detalha.
Como suspeita-se que o principal vetor do surto é a mosca, que proliferou muito nas duas últimas semanas, popularmente, o quadro de náuseas, diarreia e febre passou a ser denominado "virose da mosca". Entretanto, o agente pode ser vírus ou bactéria. "Não sabemos a causa específica, o agente etiológico desse. Só com realização de exames", diz Castelo Branco.
Na maioria dos casos, não há necessidade de internação. O tratamento é feito com hidratação oral. Se houver mais de dez evacuações por dia, com vômito, é preciso reidratação venosa, por algumas horas, em unidade de atendimento médico.
Na emergência do Hospital Regional de Iguatu, a toda hora, chegam pacientes apresentando os sintomas da virose. O mesmo ocorre na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Não se tem uma estatística de aumento de casos dos últimos 15 dias, mas os médicos e enfermeiros dizem que o número de pacientes com a queixa da virose triplicou.