Quatro pessoas procuraram a polícia em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, para denunciar um jovem suspeito de praticar golpes ao se passar por médico. O homem, que já tem passagens criminais por estelionato e que chegou a ser preso em 2012, em Sinop, a 503 km de Cuiabá, entrou em contato com uma das vítimas pelo Facebook no início deste mês.
O caso já está sendo investigado pela Polícia Civil em Cuiabá e o procedimento investigativo deve ser remetido à polícia de Sinop, onde possivelmente o criminoso mora.
O estelionatário disse às vítimas que tinha ganhado nove bolsas de estudo de uma universidade particular da capital e pretendia doá-las, de acordo com duas vítimas ouvidas pelo G1. Além de médico, ele também se passava por professor universitário.
Cada vítima depositou cerca de R$ 1 mil na conta de outro homem que se passou por amigo do estelionatário, segundo Fabiano da Silva Pessoa, que trabalha na recepção de um hospital e é uma das vítimas do golpista. O depósito foi feito na sexta-feira (19) e, depois que o falso médico sumiu, as vítimas procuraram a polícia. Conforme ele, outras três pessoas que ele conhece também foram vítimas, mas ainda não denunciaram o crime à polícia.
O primeiro contato dele foi com um amigo de Fabiano. "Esse meu amigo me falou que um amigo dele que era médico tinha ganhado essas bolsas de estudo, mas que não sabia para quem dar e que pretendia doar para ele e outros amigos dele. Só teríamos que repassar para ele o valor da matrícula", afirmou. As vítimas perderam o dinheiro que seria referente ao valor da matrícula.
À princípio, não houve nenhuma desconfiança em relação às bolsas de estudo, pois, segundo Fabiano, o amigo trabalhava em um hospital e informou que conhecia o médico. As vítimas imaginaram que se tratasse de uma amizade mais sólida e que o amigo o conhecia pessoalmente.
Os depósitos, de acordo com outra vítima, o professor Luiz Carlos Ávila, foram feitos em duas contas correntes em bancos diferentes e titulares também distintos. "Depois de descobrir que se tratava de um golpe, fui até a agência bancária e avisei o atendente que aquela conta estava sendo usada para cometer crimes e eles bloquearam a conta. No entanto, o titular já tinha sacado todo o dinheiro na 'boca do caixa'", contou.
Luiz disse ter depositado R$ 976 na conta do golpista. A desconfiança surgiu depois que o estelionatário prometeu repassar a eles, logo após o pagamento ser efetuado, o número da matrícula delas numa faculdade da capital, bem como o contrato com a instituição. Para simular que as matrículas estavam sendo feitas, ele enviou conversas de WhatsApp que supostamente teria mantido com uma funcionária da instituição de ensino.
Como ele começou a desmarcar os horários para encontrar os supostos beneficiados com as bolsas inexistentes e entregar os contratos, as vítimas começaram a desconfiar e, quando pesquisaram pelo nome dele na internet, encontraram várias notícias sobre os golpes cometidos por ele anteriormente.
Em nota, o Centro Universitário de Cuiabá (Unic) informou que não tinha conhecimento sobre a oferta de bolsas de estudo na instituição e alegou repudiar qualquer ato ilícito praticado por terceiros envolvendo a instituição.
Fonte:http://g1.globo.com/mato-grosso