Com a greve dos servidores estaduais há quase um mês, as demandas do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT) estão paradas. Na 2ª Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, que atende as regiões de Itiquira e São José do Povo, a 359 e 269 km da capital, por exemplo, cerca de 10 mil processos não andaram durante o movimento grevista. Apenas sete dos 25 servidores estão na ativa. A maioria no setor de vistoria.A greve dos servidores públicos do estado teve início no dia 31 de maio. Os profissionais reivindicam o pagamento integral dos 11,28% da Revisão Geral Anual (RGA). Foi aprovado nesta quarta-feira (29) na Assembleia Legislativa deMato Grosso (ALMT), a proposta do Poder Executivo para a concessão de 7,36% de recomposição salarial.
A greve tem prejudicado a vida dos usuários e dos despachantes, que alegam que o prejuízo só tem aumentado.
A presidente da Associação dos Despachantes da Região Sul de Mato Grosso, Kátia Regina Lima Tavares, disse que são solidários à greve, mas o número dos profissionais não chega a 30% e isso tem atrapalhado, que, inclusive, muitos clientes têm deixado de procurar os despachantes e estão perdendo dinheiro. "Nós somos solidários com todas as categorias, porém, esse radicalismo prejudica", afirmou. Apenas alguns processos que não foram concluídos por causa da greve, mas a demanda de serviço acumulada é muito maior. Segundo a direção da 2ª Ciretran, em Rondonópolis, nesses quase 30 dias úteis de paralisação dos servidores já deixaram de ser feitas 1.800 vistorias, 2500 transferências e 4 mil licenciamentos.
Sem previsão de fim de greve, o chefe da 2ª Ciretran, Rogério Borges Cardoso, faz um alerta para quem tem documento de veículo para transferência de titularidade vencendo durante os dias de paralisação dos servidores. "No período de greve, os prazos estão suspensos e é política do Detran que ninguém seja prejudicado por causa da greve", explicou.
Nova proposta
O projeto aprovado pela ALMT prevê o pagamento de 2% em setembro (calculado sobre o subsídio de maio de 2016), 2,68% em janeiro de 2017 (calculado sobre setembro de 2016) e 2,68% em abril de 2017 (com base no subsídio de janeiro de 2017).
A diferença para se atingir o percentual de 11,28% será calculada sob o subsídio de abril de 2017 e paga em duas parcelas: junho e setembro de 2017. O pagamento do residual estará condicionado ao enquadramento na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Fonte:http://g1.globo.com/mato-grosso