A Polícia Civil afirmou que não descarta a possibilidade de que a bebê de nove meses de idade, que teria sido agredida pela mãe, de 25 anos, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, tenha sido vítima de tortura. O caso foi descoberto após a menina ser levada pela mãe para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Bairro Ipase, na noite de sábado (20), com vários hematomas pelo corpo.
Ao ser questionada sobre os ferimentos da filha pela equipe médica da UPA, a mãe afirmou que a criança teria caído da cama sobre um ventilador. A mulher foi presa por suspeita de maus-tratos e encaminhada para a Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, no Bairro Pascoal Ramos.Segundo o delegado Cláudio Álvares Santana, adjunto da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, da Criança e do Idoso de Várzea Grande, o caso ainda está sendo investigado como crime de lesão corporal e maus-tratos, mas há possibilidade de crime de tortura diante dos ferimentos apresentados pela bebê.
“As lesões foram bastante intensas, causaram muito sofrimento físico para o bebê, então, esse crime de tortura não fica descartado. Também não está descartada a possibilidade de participação de outras pessoas”, afirmou.
Os exames feitos na UPA de Várzea Grande apontam que a bebê possui lesões na cabeça e nos olhos, além de cortes nas mãos. No entanto, segundo o delegado, apenas o laudo da perícia vai ajudar a polícia a esclarecer o que causou as lesões na criança.Versões
De acordo com o delegado, ao ser questionada, a mãe, que já se declarou usuária de drogas, apresentou ao menos três versões para os ferimentos encontrados pela equipe médica no corpo da filha. Na primeira vez, disse que a bebê havia apenas caído da cama. Ao ser novamente questionada pela equipe da unidade de saúde, disse que a filha havia caído da cama sobre um ventilador, razão pela qual apresentava tantos ferimentos.
“Sobre as mãos cortadas [da filha], a mãe disse que seriam mordidas de um porco que estava na casa do seu namorado. Mas, pelas investigações até agora, ficou constatado que nem namorado a mãe tem. Ela estaria inventando uma versão para encobrir uma possível lesão, um possível crime de maus-tratos”, disse o delegado.Abrigo
A menina de nove meses de idade foi encaminhada para um abrigo em Várzea Grande e, segundo o promotor José Antônio Borges, da Promotoria da Infância e Juventude de Cuiabá, pode permanecer em uma instituição, caso o crime seja constatado.
“Dependendo da urgência, a gente toma as medidas, que vão desde o afastamento do agressor até enviando essa criança para uma instituição onde ela deve ficar abrigada”, explicou.
Fonte:http://g1.globo.com/mato-grosso